Marcio Alvino promete ‘oposição responsável’ a Lula e nega candidatura a prefeito de Mogi

Deputado do PL fala de planos para as Apaes de São Paulo e pretende avançar com as reivindicações da região do Alto Tietê

Por Darwin Valente/ O Diário de Mogi  

Fotos: Mariana Acioli

Disposto a fazer uma “oposição responsável” ao governo do presidente Lula (PT), na Câmara Federal, o deputado federal Marcio Alvino (PL), de Guararema, pretende aproveitar a presença de seu colega de partido e amigo pessoal, André do Prado (PL), no comando da Assembleia Legislativa, para avançar com as reivindicações da região do Alto Tietê  junto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).Fo

Para Alvino, a parceria com André do Prado, poderá ajudá-lo a resolver uma das principais bandeiras de seu terceiro mandato como deputado: a complementação das receitas governamentais para as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) que atendem alunos com mais de 29 anos. Atualmente esta é a idade-limite para que a entidade continue a usufruir de benefícios oficiais por atender o excepcional.

“Acontece que o aluno, ao completar 29 anos, ele continua dependendo da Apae, que não lhe nega o atendimento, mas não recebe por isso. Em razão dessa situação, muitas entidades se veem obrigadas a realizar eventos, como bingos, festas e jantares para arrecadar dinheiro e custear tais despesas extras”, afirma Alvino, lembrando que o governador Tarcísio poderá resolver tal situação, complementando os recursos para atendimento aos alunos acima de 29 anos.

 

Deputado Marcio Alvino, do PL, partido adversário do presidente Lula, promete não radicalizar na oposição, fala de planos para as Apaes de São Paulo e descarta disputar a eleição para prefeito de Mogi das Cruzes (Foto: divulgação / Mariana Acioli)

Empolgado com a chegada de seu antigo companheiro àpresidência da Alesp, Alvino afirma que, juntos, poderão encaminhar a Tarcísio outras reivindicações regionais, como a chegada dos trens de subúrbio até o distrito de César de Souza, em Mogi, a abertura do hospital estadual de Suzano, a reabertura do Pronto-Socorro do Hospital Luzia de Pinho Melo, entre outras tantas.

O deputado federal também acredita que será importante um alinhamento com as principais metas do governo estadual para trazer para a região benefícios que integrem os projetos maiores da administração do Estado. Seu feeling político já indica que um desses projetos estará voltado para a área habitacional, como já demonstrou Tarcísio no atendimento às vítimas das enchentes no litoral Norte do Estado.
“Hoje a pessoa com mais condição política para tirar do papel as reivindicações da região chama-se André do Prado”, garante, elogiando a capacidade do amigo de “quebrar barreiras” e conseguir destravar investimentos para regiões de seu interesse.

Por conta das presenças em seu partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e sua mulher Michelle, que assumiu recentemente o comando do PL Mulher, o parlamentar prevê dias difíceis para os opositores conseguirem atuar junto ao governo federal. O jogo da política resulta em situações desse tipo, “por isso, vamos centrar nossa atuação em São Paulo, por conta de termos aqui um governo aliado”, diz ele.
Mesmo prometendo não adotar uma oposição sistemática ao governo Lula, Alvino acredita que, em Brasília, sobrarão apenas as ações institucionais. “As não políticas”, explica ele.

Eleições municipais

Com suas atenções voltadas fundamentalmente para as Apaes – algo que, segundo ele, não dá retorno eleitoral –, o deputado Marcio Alvino, do alto da experiência acumulada ao longo de dois mandatos de prefeito de Guararema e no terceiro mandato como deputado federal, descobriu que era preciso encontrar uma fórmula mais adequada para se fazer política e conquistar votos. Sempre junto com o amigo André do Prado, ele passou a montar grupos políticos pelo interior do Estado afora, preparando candidatos para prefeituras e câmaras municipais. A estratégia deu mais que certo e ele, nas últimas eleições, conseguiu ser o deputado mais votado num grande número de municípios, aonde vinha trabalhando o apoio a políticos locais durante todo o seu segundo mandato. Um exemplo desse sucesso eleitoral vem de Suzano, onde o prefeito Rodrigo Ashiuchi (PL) cresceu politicamente com o apoio da dupla e de seu partido, alcançando uma votação esplêndida em sua reeleição e retribuindo isso aos dois parlamentares aliados, que foram também os mais votados nas campanhas para a Alesp e Câmara Federal na cidade. A montagem de estruturas políticas em vários municípios do interior exige uma atenção especial de Alvino e Prado e a presença de ambos nas campanhas para as eleições municipais, como as que acontecerão no próximo ano. Mesmo tendo de dividir atenções como todo o interior do Estado, Alvino sabe que terá de dedicar atenção especial ao pleito no Alto Tietê, onde o PL deverá lançar candidatos em todos os municípios, ou se alinhar com concorrentes capazes de manter em evidência o poder de fogo do partido. Pela importância regional da cidade, Mogi das Cruzes deverá ter, pela primeira vez, nos últimos pleitos, um candidato liberal que Alvino garante, com todas as letras: não será ele. O deputado descarta totalmente qualquer possibilidade de vir a ser candidato a prefeito de Mogi, como já chegou a ser comentado na cidade. “Isso é onda. Não sou e nem serei candidato em Mogi”, sacramenta o deputado. Ele acredita que ainda é cedo para se definir o candidato na cidade. Mas garante que, pela votação alcançada na mais recente eleição, caberá ao deputado Marco Bertaiolli (PSD) conduzir o processo sucessório em Mogi. Apesar de pertencer a outro partido, Bertaiolli, ressalta Alvino, é um antigo aliado do PL na cidade e amigo pessoal do presidente nacional, Valdemar Costa Neto. Questionado sobre eventuais nomes para disputar a Prefeitura, ele avalia os comentários sobre uma possível volta de Bertaiolli para concorrer novamente ao cargo de prefeito, algo em que não acredita, mas aponta no ex-prefeito Marcus Melo (PSDB) como um nome em ascensão dentro do grupo formado por PL, PSD e PSDB. O deputado também alerta para o fato de o prefeito Caio Cunha (PODE) ter a máquina administrativa nas mãos, o que pode aumentar consideravelmente seu poder de fogo, mesmo enfrentado alguns tropeços na área administrativa.  Ele também comenta sobre a sucessão em Guararema, onde o prefeito do PL, José Luiz Eroles Freire está concluindo o primeiro mandado e, por isso, deveria ser candidato natural à reeleição.“Mas isso vai depender da vontade ele e da família dele. E de o grupo entender que é importante tê-lo como candidato, caso contrário, temos muita gente boa. Mas a definição será dele”, assegura Alvino, lembrando que o “Zé”, como o prefeito é conhecido, terá seu cacife político aumentado por conta de muitas obras que irá entregar ao final do mandato, uma delas, o hospital municipal, um antigo sonho dos moradores de Guararema.  Em Suzano, Alvino aposta que o candidato a ser indicado por Rodrigo Ashiuchi vai levar grande vantagem sobre os adversários, “pela excelente aprovação dos dois mandatos do atual prefeito”. O mesmo raciocínio serve para Salesópolis, onde Vanderlon Gomes poderá indicar Francisco Marcelo de Moraes Correa, o “Marcelo do Quico”, a vereadora Bruna Maria Mingatos Lourenço, ou ainda o conhecido Paulo do Banespa. Todos com chances de eleição, diz Alvino.Em Biritiba Mirim, o prefeito Carlos Alberto Taino , o “Inho”, também estaria com a reeleição encaminhada, “pela grande administração que está fazendo”. Jà em Santa Isabel, o candidato a prefeito deve ser Cleber Vinícius Kerchner, o “Clebão do Posto”, considerado como favorito por Alvino. Assim como o médico Joseph Raffoul Júnior, o “Dr. Rafu”, em Ferraz de Vasconcelos. Já em Arujá, o partido ainda não decidiu se lançará o ex-prefeito Abel Larini, ou seu filho e vereador “Abelzinho”, ou ainda se alinha com o atual prefeito e candidato à reeleição Luiz Camargo (PSD). Em Poá, a decisão ainda não está tomada. Em Itaquá, o partido apoiará a reeleição do prefeito Eduardo Boigues (PP), que o PL ainda espera levar para seus quadros.  Memória A vida política do deputado federal Marcio Alvino (PL) se confunde com a história recente de Guararema, aonde a sua família e aliados vêm dando as cartas na administração da cidade, desde que seu pai, Sebastião Alvino de Souza, se tornou prefeito, pela primeira vez, no início da década de 1970.
Foram dois mandatos de Sebastião, que morreu num acidente automobilístico quando se preparava para disputar o terceiro. Acabou sendo substituído pela esposa, Conceição Alvino de Souza, que governou Guararema por três mandatos, a partir de 1989. Indicados pela prefeita a substituíram no cargo até que o seu filho, Marcio, decidiu disputar o cargo. Uma alegria para Conceição que perdera, pouco tempo antes, o outro filho, José Luiz, num acidente, com arma de fogo.
Marcio deixou o seu segundo mandato de prefeito antes do fim para concorrer a uma vaga na Câmara Federal. E foi eleito, numa conjugação de diferentes fatores.
Antes disso, o grande amigo André do Prado, já se elegera deputado, pela primeira vez, em 2010, após ter passado também pela Prefeitura de Guararema.
O episódio do mensalão estava efervescendo, quando o deputado federal por Mogi, Valdemar Costa Neto, decidiu que não sairia candidato nas eleições de 2014.
Marcio viu que sua hora havia chegado e foi conversar com Valdemar, que aceitou a candidatura dele, transferindo para o novo candidato os seus principais redutos eleitorais, que lhe valeram 179.950 votos.
Em Brasília, o deputado encontrou uma realidade muito diferente da política que era praticada em sua cidade. Sem qualquer cacife extra que pudesse elevá-lo ao grupo dos que ele chama de “imortais”, os políticos mais antigos, dirigentes partidários, filhos de renomados deputados, ou coisa do gênero, ele viu que seria apenas mais um na Câmara. E foi então que, incentivado pelo trabalho da mãe, Conceição, junto a creches em Guararema e a crianças excepcionais, ele conheceu e decidiu ajudar as Apaes paulistas.
No segundo mandato, Marcio já conseguia cumprir a meta de enviar ajuda financeira a todas as 308 Apaes paulistas, algo em torno de R$ 36,5 milhões.
Já no terceiro mandato ele pretende ampliar tal quantia, enquanto vê resultados de seu trabalho na região. Só para a Apae de Mogi, neste ano, foram R$ 400 mil. Mas nada o incentiva mais que ver o número de Apaes crescendo no Alto Tietê. Guararema, que sempre dependeu de Mogi, hoje está implantando a sua própria, enquanto em Biritiba Mirim, o prefeito “Inho” já licitou e está prestes a iniciar a obra da futura sede da Apae daquela cidade.
Mas o que realmente aproximou Marcio das Apaes foi, além da própria mãe, o fato de ele haver implantado, em sua cidade, quando prefeito a Escola de Educação Complementar (Emec) que oferecia reforço escolar para  estudantes com dificuldades para o aprendizado.
À medida que conhecia a realidade das Apaes paulistas, ele se sentia ainda mais atraído pelo trabalho em favor das crianças excepcionais.
Eleito presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Apaes, o deputado Marcio Alvino pretende levar adiante o seu projeto de apoio a essas entidades, buscando usar seu poder político para resolver problemas como o da complementação de recursos para alunos excepcionais acima de 29 anos dentro das instituições.

OS VOTOS DE MARCIO ALVINO

PREFEITO

2008 -10.582 votos
2012- 11.523 votos

DEPUTADO FEDERAL

2014 – 179.950 votos
2018 – 135.844 votos
2022 – 187.314 votos

 

 

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