Trem de Guararema poderá chegar até Sabaúna, distrito de Mogi das Cruzes em 2025

Trem de Guararema poderá chegar até Sabaúna, distrito de Mogi das Cruzes em 2025

“O presidente da Alesp, deputado André do Prado (PL), cobrou ajuda do governador Tarcísio de Freitas (REP) para a extensão do Trem de Guararema até o distrito de Sabaúna, em Mogi das Cruzes”  

Por. DV CAST. Darwin Valente

Um investimento relativamente baixo, orçado em R$ 2 milhões, destinado à implantação de um Aparelho de Mudança de Via (AMV), também conhecido como “desvio”, junto ao pátio da Estação de Sabaúna, vai permitir que o distrito de Mogi das Cruzes receba o Trem de Guararema e o Expresso Turístico da CPTM, a partir de 2025.

As duas composições levarão turistas para conhecer o Museu Ferroviário Dorival Sebastião, instalado naquela antiga estação ferroviária, mantido pela Associação Nacional de Preservação Ferroviária (ANPF), com projeto para se tornar um museu interativo, além das belezas naturais da região, localizadas junto à via férrea, a ser percorrida pelas duas composições.

O empreendimento que irá assegurar um importante impulso para o turismo nas cidades de Mogi e Guararema será pleiteado junto ao governo do Estado, na próxima terça-feira (19), durante reunião da Câmara de Turismo Ferroviário, a quem estão vinculados os projetos dos trens turísticos paulistas.

Segundo Fábio “Fumaça” Barbosa, diretor de Patrimônio e Comunicação da ANPF e conselheiro de Turismo do Estado de São Paulo, “na reunião será solicitado que a obra seja incluída no orçamento do governo para o próximo ano. “Com isso, poderemos buscar recursos por meio de emendas de deputados”, afirma Fábio, lembrando que, recentemente, o presidente da Alesp, deputado André do Prado (PL), cobrou ajuda do governador Tarcísio de Freitas (REP) para a extensão do Trem de Guararema até o distrito de Sabaúna, em Mogi.

Com a aquisição do “desvio”, a instalação caberá à MRS Logística, empresa que detém a concessão para explorar aquele trecho da linha férrea.

Operado pela Regional Sul de Minas da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF, na cidade de Guararema, o trem turístico hoje opera entre a estação central de Guararema e a Estação Luís Carlos, na vila de mesmo nome, totalizando 14 km de passeio (ida e volta). Já o Expresso Turístico da CPTM Promove passeios que saem da Estação da Luz, no centro de São Paulo, para Jundiaí, Paranapiacaba ou Mogi das Cruzes. Os passeios são feitos em carros (vagões) antigos de 1962 da ABPF com duração de 1h30 de viagem.

TURISMO FERROVIÁRIO

A Secretaria de Turismo e Viagens de São Paulo (Setur-SP) está ouvindo a sociedade e coletando contribuições para o Plano de Turismo Ferroviário do Estado de SP. O objetivo da consulta é mapear as oportunidades de desenvolvimento do setor e enfrentar os principais desafios dos empreendedores com a missão de traçar as diretrizes para a produção de uma política de estado de fomento ao turismo ferroviário.

A construção do Plano Estadual de Turismo Ferroviário é um esforço de três secretarias de Estado: Turismo de SP, Transportes Metropolitanos e Cultura, Economia e Indústria Criativas, além de autoridades municipais e organizações ligadas ao setor. Um dos objetivos da política pública é estimular a retomada de um modal de grande apelo para o turismo, acrescentando pelo menos 10 trens turísticos à malha ferroviária de SP, em trechos como Cruzeiro-Passa Quatro (MG), Boituva-Laranjal Paulista, Tambaú-Ribeirão Preto, entre outros.

O QUE JÁ EXISTE

Enquanto o governo faz planos para incrementar o turismo ferroviário no Estado de São Paulo, os apaixonados pelos trens já têm algumas alternativas de passeios à sua disposição. Pelo menos duas delas, na região do Alto Tietê. Confira:

“Expresso Turístico CPTM”

Promove passeios que saem da Estação da Luz no centro de São Paulo, para Jundiaí, Paranapiacaba, ou Mogi das Cruzes. Os passeios são feitos em uma locomotiva a diesel, modelo Alco RS-3 de 1952 com duração de 1h30 de viagem.

“Maria Fumaça de Campinas”

A bordo de uma locomotiva de 1958, o visitante viaja pelos antigos trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro com destino à Jaguariúna. São seis estações durante o trajeto e, ao chegar ao final, o trem faz uma pausa de 30 a 40 minutos, a viagem tem duração total de 3h30.

“Trem Republicano”

Trem Republicano oferece aos seus passageiros quando parte das estações de Itu e Salto. A ferrovia, com apenas sete quilômetros de extensão, foi determinante para a escolha de Itu como o local da primeira Convenção Republicana do país.

“Trem de Guararema”

O Trem de Guararema é um trem operado pela Regional Sul de Minas da ABPF na cidade de Guararema – SP. O trem parte da estação central de Guararema, Km 426 do Ramal de São Paulo da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil, e segue em direção a estação Luís Carlos, localizada no KM 433 da ferrovia, na vila de mesmo nome, totalizando 14 km de passeio (ida e volta). O percurso originariamente era coberto por uma antiga locomotiva 353 a vapor do tipo Maria Fumaça, construída em 1927, conhecida como “Velha Senhora”, no período entre 2014 e 2020, até ser desmontada e levada para a oficina da ABPF, em Cruzeiro, no Vale do Paraíba, onde passa por uma cuidadosa reforma. Enquanto isso, uma locomotiva movida a diesel substitui a “Velha Senhora”, nos passeios, aos finais de semana. Quando as reformas estiverem concluídas, a antiga locomotiva deverá voltar a fazer o percurso do Trem de Guararema.

HISTÓRIA

As viagens de trem sempre fizeram a alegria de famílias e de amigos. O fato de estar no interior de uma vagão ferroviário já é sinônimo de aventura, a partir do momento em que segue por uma diversidade de cenários e expectativa de atrações conduzidas pelo secular meio de transporte.

Segundo a Secretaria de Turismo e Viagens, “tudo começou em 16 de janeiro de 1867, quando foi inaugurado o Complexo da Estação Ferroviária de Jundiaí, construído para ser o terminal da antiga São Paulo Railway, posteriormente denominada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Foi a primeira linha ferroviária em território paulista que conectou o planalto ao litoral.”

“Conta a história que os trilhos das companhias Paulista, Mogiana, Santos-Jundiaí, São Paulo Railway e Central do Brasil, entre outras, foram fundamentais para o transporte do café e, depois, de outras riquezas paulistas. Igualmente para o transporte de passageiros, em um significativo processo de intercâmbio e valorização da diversidade cultural em todo o Estado”, diz o órgão governamental.

O rico patrimônio ferroviário existente merece atenção. Como as antigas estações ferroviárias, marco arquitetônico e urbanístico para muitas das cidades paulistas. Várias delas nasceram ou cresceram em função de suas estações ferroviárias, como a cidade de Sumaré, que se tornou um núcleo urbano a partir da Estação Rebouças, ligada à malha da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Em tempos atuais, fazer turismo de trem já é uma realidade que coloca São Paulo de volta nos trilhos. Para Fábio Barbosa, “os trens turísticos têm sido uma opção de transformação das paisagens urbanas e rurais, com mudança de comportamento de muitas comunidades, que foram assim beneficiadas”. Barbosa destaca a cadeia produtiva que resulta no envolvimento agências de turismo; meios de hospedagem; alimentos e bebidas; propriedades rurais; transportes; guias de turismo (profissional); fábrica de cerveja; vinícolas e monitores.

 

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